No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, instituído pela PORTARIA N° 142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006 propõe o seguinte conceito para a tecnologia assistiva: "Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social" (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Presidência da Repúblic.
O serviço de tecnologia assistiva na escola tem por objetivo prover e orientar a utilização de recursos e/ou práticas que ampliem habilidades dos alunos com deficiência, favorecendo a participação nos desafios educacionais. A tecnologia assistiva pode ser um recurso facilitador, um instrumento ou utensílio que especificamente contribui no desempenho nas tarefas necessárias e/ou desejadas e que fazem parte dos desafios do cotidiano escolar. O serviço de tecnologia assistiva na educação, portanto, possui perfil propositivo e busca resolver as dificuldades dos alunos, encontrando alternativas para que eles participem e atuem positivamente nas várias atividades propostas no currículo comum.
Fazer TA na escola é buscar, com criatividade, uma alternativa para que o aluno realize o que deseja ou precisa. É encontrar uma estratégia para que ele possa "fazer" de outro jeito, valorizar o seu jeito de fazer e aumentar suas capacidades de ação e interação, a partir de suas habilidades, conhecer e criar novas alternativas para a comunicação, mobilidade, escrita, leitura, brincadeiras, artes, utilização de materiais escolares e pedagógicos, exploração e produção de temas através do computador etc, envolver o aluno ativamente, desafiando-o a experimentar e conhecer, permitindo assim que construa individual e coletivamente novos conhecimentos, retirar do aluno o papel de espectador e atribuir-lhe a função de ator. (BERSCH, 2006).
A Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento e de atuação que desenvolve serviços, recursos e estratégias que auxiliam na resolução de dificuldades funcionais das pessoas com deficiência na realização de suas tarefas. Segue abaixo sugestões de recursos pedagógicos acessíveis e de comunicação aumentativa e alternativa.
Descrição
Este material é feito em madeira, medindo 4 cm de comprimento, 9 cm de largura e 1 cm de espessura. Cada peça possui duas cores. A pintura é feita com tinta lavável.
Fonte:
Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.
Facilita a nomeação das cores, a discriminação visual e a correspondência uma a um. As peças ampliadas permitem melhor manuseio aos alunos com dificuldade de preensão. O material pode ser higienizado devido a tinta lavável.
DOMINÓ DE QUANTIDADES, EM RELEVO
Auxilia na discriminação visual das quantidades. Sua espessura foi aumentada para que as crianças que possuem preensão prejudicada possam manuseá-lo. A identificação da quantidade, em feltro, permite utilizar a sensibilidade tátil–sinestésica. A cor vermelha sobre o marrom permite um bom contraste visual.
Adaptação: Elaine Cristina de Moraes
Descrição
Dominó de madeira, medindo 9 cm de comprimento, 4 cm de largura e 0,5 cm de espessura. A identificação da quantidade é feita com feltro vermelho.
DOMINÓ DE TEXTURAS
Permite o desenvolvimento da discriminação visual de padrões e discriminação tátil, requisitos importantes para alunos que tenham alterações sensoriais e dificuldades para discriminar, perceptualmente, estímulos visuais. Pode ser utilizado para viabilizar a alfabetização, que exige discriminação apurada de símbolos na forma gráfica.
Adaptação: Alessandra Cristina Gazeta de França
Descrição
Confeccionado em madeira com aplicação de diferentes tecidos: lã, veludo, malha, brim e seda.
DOMINÓ DE QUANTIDADES E NUMERAIS EM RELEVO
Permite o desenvolvimento da discriminação visual e discriminação tátil. Auxilia no desenvolvimento da relação entre quantidade e numeral.
Adaptação: Cláudia Cristina da Silva
Dominó confeccionado em madeira com aplicação de material emborrachado (E V A).
RÉGUA DE MADEIRA ADAPTADA
Facilita o uso da régua ao aluno que possui dificuldade de preensão.
Adaptação: Denise Amoroso de Lima
O recurso é composto por uma régua de madeira comum com um suporte, também de madeira, colado bem ao meio para facilitar à
preensão da criança.
CORRESPONDÊNCIA
Facilita trabalhar conteúdos de matemática principalmente conceitos como mais/menos, igual/ maior/menor que são base para a aquisição de outros conhecimentos. É uma didática utilizada com alunos que têm paralisia cerebral do tipo atetóide ou misto e em alguns casos espástico.
Fonte: Sala de Estudo, Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências Obras Sociais Imã Dulce, Salvador, Bahia.
Descrição
1) O aluno com deficiência física precisa de mais espaço. O chão é uma grande página que aceita e possibilita um “cem número”de aprendizagens.
2) O trabalho no chão facilita ao aluno executar os exercícios propostos no livro didático.
3) Usamos tinta guache, cordão, fita adesiva.
Trabalha a sensibilidade sinestésica e a coordenação viso-motora.
Confeccionado para auxiliar alunos e crianças com deficiência física
que ainda não conseguem fazer a “pesca” por meio de ganchos e, dessa forma, cria a oportunidade para participação em brincadeiras,
em gincanas ou em festas juninas. Auxilia em movimentos de extensão e flexão de membros superiores. As ilustrações e os nomes escritos nos peixes podem ser utilizados para a leitura.
Adaptação: Regina Ayako Ohno
Descrição
O recurso é constituído de uma caixa de madeira com canaletas, onde os peixes são colocados na posição “em pé”. Cada peixe possui um nome com ilustração. A vara de pescar pode ser feita de madeira ou bambu e revestida em veludo ou lixa. Para pescar, a criança deverá grudar o imã (que fica na ponta da vara) no peixe.
Auxilia na coordenação viso-motora, na noção de parágrafo, espaço delimitado e na sequênciação. É um recurso que também pode ser utilizado na alfabetização, por alunos que não possuem a coordenação motora fina para trabalhar com lápis e papel. Facilita os movimentos de flexão e extensão de braços, podendo ser utilizado na
posição em pé, inclinada ou deitada sobre a carteira.
Adaptação: Material advindo da Cenp – SP.
Caderno confeccionado em madeira resistente, medindo 40 cm de largura por 60 cm comprimento. Contém canaletas que representam as linhas do caderno. O espaço entre as canaletas pode ser variável dependendo da necessidade de cada aluno. O caderno é acompanhado por um abecedário de madeira possuindo letras maiúsculas de um lado (escritas em azul) e minúsculas do outro(escritas em vermelho).
Proporciona ao aluno, que possui movimentos involuntários, a escrita entre pautas, sendo indicado para o portador de paralisia cerebral do tipo atetóide. As linhas feitas com elástico auxiliam e seguram os movimentos involuntários da mão do aluno ao utilizar lápis ou giz de cera sobre o papel.
Adaptação: Eduardo José Manzini e Elaine Cristina de Moraes.
Caderno confeccionado em madeira, possuindo furos nas duas laterais por onde é passado um elástico de um lado a outro,
formando as linhas.
Disponibiliza para o aluno uma alternativa de comunicação. Foi confeccionado para um aluno que não falava e estava em processo de alfabetização. Esse material tem sido utilizado por outros alunos com paralisia cerebral, em fase escolar.
Adaptação: Miralva Santos Barreto e Maria Carmen Fidalgo Santos
O Recurso é confeccionado com lâmina de compensado, forrado com placas de espuma fina e encapado com tecido emborrachado. Uma faixa de velcron permite grudar saquinhos cheios de areia ou arroz. Nesses saquinhos são colados numerais, letras ou formas geométricas. O quadro mede 70 cm de comprimento por 50 cm de largura. Esse tamanho pode ser ajustável à necessidade do aluno.
SUPORTE PARA LÁPIS
Possibilita uma melhor preensão, caso o aluno demande vontade e/ou possibilidade para usar o lápis. O tamanho da haste do tubo foi confeccionado para atender a necessidade do aluno. Este recurso facilita a escrita do aluno com paralisia cerebral.
Adaptação: Maria Carmen Fidalgo Santos
Descrição
O recurso foi confeccionado com um tubo de PVC, uma rolha de cortiça e lápis comum ou de cera.
CARTÕES DE COMUNICAÇÃO
Os cartões de comunicação são confeccionados com vocabulários variados e devem estar à disposição do usuário e dos parceiros de comunicação.
Referências
Fonte : BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Material pedagógico: manual de utilização. Rio de Janeiro: MEC / CENESP / FENAME / APAE de São Paulo, 1980. Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília .SP.
Sartoretto, Marta Lúcia.
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: recursos pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e alternativa/ Mara Lúcia Sartoretto, Rita de Cássia Reckziegel Bersch. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. Volume 6.
http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html#topo
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf
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