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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Rompendo com Práticas Excludentes









A pessoa com surdez tem muitos obstáculos a transpor para realmente participar da educação escolar devido a sua perda auditiva, a forma como as propostas educacionais da escola se estruturam na qual o aluno com surdez é prejudicado devido á falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, linguístico e político-cultural influenciam na sua aprendizagem. Diversos autores e pesquisadores nos trouxeram pesquisas que auxiliam na educação de alunos com surdez na escola comum valorizando as diferenças no convívio social e o reconhecimento do potencial de cada ser humano. Segundo Poker (2001), as trocas simbólicas provocam a capacidade representativa e favorece o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, em ambientes heterogêneos de aprendizagem, as praticas excludentes não respeitam a identidade surda, sua cultura e comunidade. É importante rompermos com praticas excludentes e buscarmos uma escola comum que reconheça e valorize as diferenças, que busque meios de garantir desde a educação infantil até o ensino superior uma aprendizagem onde a pessoa com surdez possa transpor barreiras no processo educacional e usufruir de seus direitos escolares tornando-se um cidadão de acordo com os princípios constitucionais do nosso país.
Temos que ver a pessoa com surdez, como um ser biopsicossocial, cognitivo e cultural, capaz de produzir e adquirir conhecimentos. Dessa forma família, sociedade e escola precisa enxergar a pessoa com surdez como seres capazes de desenvolver suas potencialidades dentro e fora do ambiente de aprendizagem, conforme lembra Damázio e Ferreira (2009, p. 08), pensar e construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento e potencialidades das pessoas com surdez é fazer com que esta instituição esteja preparada para compreender essa pessoa em suas potencialidades, singularidades e diferenças e em seus contextos de vida.
Damázio e Ferreira (2009) consideram como principal causa para o sucesso ou fracasso escolar do aluno com surdez a adoção de uma ou outra língua. O trabalho pedagógico na escola comum deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngue.
Colocando a pessoa com surdez na condição excludente das relações sociais, descontextualizadas. Apontam como saída para a dicotomização das pessoas com ou sem deficiência, a nova Política Nacional de Educação Especial, numa perspectiva inclusiva, pois se trata de uma política que busca valorizar e respeitar o homem em suas especificidades, mas que se igualam na convivência, na experiência, nas relações e nas interações, rompendo assim com o paradigma da dicotomização entre oralistas e gestualistas, colocando o bilinguismo como forma de libertar a pessoa surda sob a ótica multicultural, deslanchando para outros contornos: a LIBRAS e a Língua Portuguesa em suas variantes de uso padrão envolvendo os aspectos formais e pragmáticos. Com a legitimação da abordagem bilíngue aplica-se a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que “determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso as duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.” (DAMÁZIO; ALVES; FERREIRA, 2009, p. 09). O AEE envolve três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional em libras de libras e de língua portuguesa propiciando ao aluno com surdez a oportunidade de demonstrarem se beneficiar de ambientes inclusivos de aprendizagem.
 A criança adquire a linguagem na interação com as pessoas à sua volta, ouvindo e/ou vendo a língua ou as línguas que estão sendo usadas. (QUADROS p.15,2011). Assim escola é o espaço onde devem ser criadas diferentes estratégias de aprendizagem que supram não somente as necessidades dos alunos surdos, mas também que contribua na melhoria da aprendizagem de seus pares. O AEE em parceria com o professor da sala regular bem estruturado propicia uma organização didática que contribuirá para a compreensão dos conceitos referentes aos conteúdos curriculares, levando o aluno com surdez a estabelecer relações e ampliar seu conhecimento acerca dos temas desenvolvidos em língua portuguesa e em libras.



Referências

Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com SurdezAtendimento Educacional Especializado em Construção, p.46-57.
DAMÁZIO, M. F. M.; ALVES, C. B. Atendimento Educacional Especializado do Aluno com Surdez. Capítulo 2. São Paulo : Moderna, 2010.
Quadros, Ronice Muller de. Língua de sinais: Instrumentos de Avaliação/ Ronice Müller de Quadros, Carina Rebello Cruz.-Porto Alegre: Artmed,2011.

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